segunda-feira, 18 de julho de 2011

Prevenção da dependência química entre os trabalhadores

Brasília/DF - Em mais uma audiência pública da Subcomissão Temporária de Políticas Sociais sobre Dependentes Químicos de Álcool, Crack e outras Drogas, realizada na tarde de 7 de julho, representantes do Sesi, do Sesc e da Petrobras apresentaram aos senadores experiências e iniciativas bem-sucedidas de prevenção e tratamento de dependência química entre trabalhadores do comércio e da indústria. Conduzida pelo presidente do colegiado, senador Wellington Dias (PT-PI), a reunião também contou com a participação da vice-presidente da subcomissão, senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS).

O gerente corporativo de Saúde da Petrobras, Sérgio Antonio Rossato, apresentou as ações desenvolvidas pela estatal por meio da divisão de Segurança, Meio Ambiente, Eficiência Energética e Saúde (SMES), cujas atividades iniciaram na década de 1980. Ele explicou que essas ações seguem as orientações e diretrizes da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Rossato afirmou que a SMES tem programas específicos para tratar do uso, abuso e dependência de drogas lícitas, ilícitas e também de medicamentos. De acordo com as diretrizes internacionais seguidas pela Petrobras, a dependência química é considerada uma doença e assim é tratada.

Prevenção
O gerente da Petrobras informou que a empresa capacita funcionários para que a ideia de prevenção às drogas seja disseminada por todas as áreas e localidades onde a estatal atua. Ele acrescentou que são feitos investimentos em tratamento de dependentes e na reinserção ao trabalho dos recuperados.

As ações da SMES são interdisciplinares e envolvem funcionários, supervisores, gerentes, contratados, estagiários, familiares de trabalhadores e comunidade em geral. Também são mantidos "ambientes livre de tabaco" nas instalações físicas da Petrobras e subsidiárias.

Rossato disse ainda que a empresa promove campanhas como a Semana da Saúde, a celebração do Dia Internacional do Combate às Drogas, atividades de sensibilização para os períodos de Carnaval e férias e também palestras e seminários sobre outros assuntos como a violência no trânsito. Também são feitas campanhas de incentivo à prática de hábitos e alimentação saudáveis.

A assessora técnica da Gerência de Saúde do Departamento Nacional do Serviço Social do Comércio (Sesc), Luciana Garritano Barone do Nascimento, expôs as ações promovidas pelo Sesc e pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). De acordo com ela, essas ações de prevenção e combate às drogas são realizadas entre os comerciários e seus familiares e também com a comunidade em geral. Desde 2002 essas atividades contam com parceria da Secretaria Nacional Antidrogas, acrescentou.

Os projetos são desenvolvidos em vários estados do país, tanto em áreas urbanas quanto em rurais e envolvem palestras e campanhas educativas que levam em conta a realidade de cada local.

Parceria
Além disso, CNC, Sesc e Senac promovem em parceria programas de rádio onde o tema drogas é constantemente abordado. Esses programas radiofônicos são disponibilizados para mais de mil rádios comunitárias espalhadas pelo país. O tema álcool e outras drogas também é trabalhado junto a alunos e professores das escolas do Sesc, informou Luciana Barone.

Por sua vez, a gerente da Unidade Estratégica de Resultados de Responsabilidade Social do Departamento Regional do Serviço Social da Indústria (Sesi) do Rio Grande do Sul, Rosângela Lengler, apresentou aos senadores o Programa de Prevenção do Uso de Drogas no Trabalho e na Família, projeto desenvolvido desde 1994 pelo Sesi e pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc).

Segundo Rosângela Lengler, o programa busca desenvolver uma "cultura de prevenção às drogas" junto aos trabalhadores do setor industrial, com foco também na redução do uso de drogas lícitas como tabaco e álcool. As estratégias envolvem, além da prevenção, pesquisas entre os empregados das indústrias e também tratamento de saúde para os dependentes.

O programa já funciona em 18 estados brasileiros e também em quatro outros países sul-americanos, envolvendo 97 empresas e já contabilizando mais de 216 mil trabalhadores atendidos.

Resultados
Os resultados, segundo a representante do Sesi, são animadores: houve redução em 16% do número de fumantes; diminuição de 12,5% no consumo de álcool; redução de 10% no número de falta de trabalhadores, de 30% nos atrasos e, ainda, diminuição em 34% no número de acidentes de trabalho.

No início da audiência pública, Wellington Dias chamou a atenção para a importância de debates deste tipo e disse que o Brasil já possui cerca de 18 milhões de dependentes químicos de drogas lícitas e ilícitas. Ele também afirmou que outras empresas públicas e estatais como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil deveriam seguir o exemplo da Petrobras nesse campo.

Ana Amélia elogiou as instituições representadas na reunião pelos programas e projetos desenvolvidos e aproveitou para fazer diversos questionamentos acerca da organização dessas iniciativas, dos resultados alcançados e também sobre outros detalhes operacionais, tudo para subsidiar os trabalhos da subcomissão.

A Subcomissão Temporária de Políticas Sociais sobre Dependentes Químicos de Álcool, Crack e outras Drogas, que funciona no âmbito da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado Federal, já tem outra audiência pública agendada para o dia 12 de julho. Uma das convidadas será a embaixadora da Suécia no Brasil, que vai explicar as experiências daquele país em relação às drogas.

Fonte: Agência Senado

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